sábado, 30 de abril de 2011

Malformações do útero

O útero pode apresentar vários tipos de malformações congénitas. A mais evidente é a aplasia uterina, que corresponde à ausência do útero, embora seja pouco frequente e costume estar associada a outras malformações.
Mais comum é o útero duplo, ou útero didélfo, esta malformação é caracterizada pela presença de dois úteros completamente desenvolvidos, cada um deles formado por um corpo, ligado à trompa de falópio correspondente, e por um colo que normalmente desagua numa vagina independente.
O útero septado caracteriza-se pela presença de um septo longitudinal que divide a cavidade uterina em dois compartimentos.
Por outro lado, o útero bicórnio caracteriza-se pelo facto de o corpo do útero não se desenvolver correctamente e se encontrar dividido em dois.
Por fim, o útero unicórnio caracteriza-se pela falta de desenvolvimento de uma metade do útero.
As malformações congénitas do útero costumam passar despercebidas ao longo da infância e apenas começam a ser diagnosticadas na idade adulta, altura em que começam a surgir os primeiros problemas menstruais ou devido a dor durante o coito.

Malformações da vagina


A mais grave, no entanto a menos frequente, é a ausência de vagina, normalmente provocada por uma alteração genética que origina igualmente outras malformações. Uma outra possível malformação é a vagina septada, que corresponde à presença de uma membrana que divide longitudinalmente o canal vaginal em dois, normalmente de forma parcial.
O caso mais grave corresponde à vagina dupla, na qual se evidenciam duas vaginas. Esta imperfeição é, normalmente, acompanhada por malformação uterina designada de útero duplo.
Embora a ausência de vagina costume ser detectada pouco depois do nascimento, existem outras malformações menos evidentes que apenas são detectadas na idade adulta, devido ao facto de dificultarem as relações sexuais ou originarem dor durante o coito.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Anómalias Uterinas

As anomalias uterinas são classificadas de acordo com Buttram e Gibbons (1979) em úteros:
  • Unicornio 
  • Bicornio
  • Didelfo
  • Septado


Risco de ocorrência de aborto segundo a anomalia uterina:

Anomalia Uterina
Risco de Aborto (%)
Septado
67
Didelfo
43
Bicornoo
35
Unicornoo
33

Predominância

A predominância de útero septado em diferentes populações, incluindo mulheres férteis, inférteis e que já tenham sofrido de aborto é muito variável, principalmente devido aos diferentes métodos utilizados para o diagnóstico. De uma forma geral, admite-se que existe predominância para a existência de mulheres com útero septado, quer seja em mulheres férteis, quer seja em mulheres inférteis. Neste caso, a percentagem de risco de aborto é mais elevada.

Anormalidades urológicas associadas

Tal como já referido num outro post, o desenvolvimento do sistema urinário e genital realiza-se em simultâneo, dentro do útero materno e a incorrecta formação de um irá influenciar o outro. Portanto, não é incomum a associação de malformações urológicas com anomalias uterinas estruturais congénitas.

Várias mulheres com anomalias uterinas surgem, também, com malformações como:
  • Rim solitário;
  • Duplicação ureteral; 
  • Duplicação do sistema pielocalicial (canal através do qual a urina é filtrada nos rins inicia o seu processo de drenagem até a bexiga) com ptose renal unilateral.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Origem e Diagnóstico

As malformações uterinas ocorrem aquando da fusão dos ductos mullerianos, por volta da sexta semana do desenvolvimento embrionário. Devido à origem das malformações, podem-se classificar, também, de anomalias mullerianas.
Existem diversas causas para a ocorrência de malformações, é o caso de causas genéticas, independentemente de ser esporádico (devido a uma mutação) ou hereditário, podendo provocar um quadro mais complexo e associado a outras malformações congénitas. Noutros casos, as malformações são originadas por um problema sofrido pela mãe ao longo da gravidez, por exemplo uma doença infecciosa, uma intoxicação ou o consumo de determinados medicamentos durante a gestação.
A origem dos órgãos genitais no embrião é semelhante à dos órgãos pertencentes ao aparelho urinário, pois são provenientes de estruturas precursoras ligadas inicialmente aos esboços das gónadas, designados canais de Wolff e canais de Muller, cuja evolução difere consoante os sexos. Então, durante a formação dos dois aparelhos, pode ocorrer, a perda da comunicação do sistema de drenagem do aparelho urinário com as gónadas, assim como dos canais de Muller, fazendo com que no 3° mês de vida intra-uterina ocorram alterações neste processo, podendo provocar malformações na forma definitiva da vagina e do útero.
Actualmente é fácil detectar estas malformações através de uma imagem bidimensional pela via abdominal e posteriormente pela via endovaginal, e mais recentemente, a ecografia. A forma como se chega, actualmente, a estes diagnósticos permite uma avaliação das malformações uterinas, com dados mais precisos. Estes métodos fornecem informações que auxiliam a conduta terapêutica e o diagnóstico reprodutivo.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Apresentação

Olá a todas as mulheres que, tal como eu, vêm  ao encontro de algumas respostas para as vossas questões.
Sou uma mulher de 23 anos que desde que soube (tinha 16 anos) que tem uma malformação uterina (utero didelfo, com septo vaginal) procura constantemente novas informações sobre o tema.
Contudo, não tem sido fácil encontrar nada concreto e por esse motivo, resolvi criar este blog onde possa haver uma troca directa de experiências reais entre todas as mulheres que tenham problemas de infertilidade ou malformações.Este é um blog que pertence a todas as mulheres.
Para tal, é essencial que todas as mulheres que tenham algo para partilhar que o façam, só desta forma é possível acalmar as nossa inseguranças e incertezas.
Agradeço desde já, aguardo pelo vosso contributo.